Piracicabana apresenta sozinha proposta de passagem a R$ 3,90 em Blumenau
Oficialmente, não se pode dizer que a empresa é a vencedora, porque o processo ainda não foi concluído
Robson Rodrigues, representante da Viação Piracicabana, entrega envelope da empresa poucos minutos antes do fim do prazoFoto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS
Foram necessários apenas 13 minutos para que o destino do sistema do transporte coletivo de Blumenau nos próximos 20 anos começasse a ser selado. A Viação Piracicabana, que atualmente opera o serviço em Blumenau em caráter emergencial, foi a única empresa a apresentar uma oferta para o novo contrato de concessão do serviço. Dentro do envelope entregue pelo representante da empresa menos de 10 minutos antes das 14h, horário marcado para abertura da primeira sessão de licitação, estava a proposta de tarifa: R$ 3,90, valor máximo permitido pelo edital do processo.
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A proposta significa que, se a Piracicabana for habilitada a assinar o contrato de concessão, no dia em que iniciar a operação a passagem vai custar R$ 3,90. Oficialmente, ainda não se pode dizer que a empresa é a vencedora, porque o processo não foi concluído, mesmo sendo apenas uma concorrente nessa disputa. A partir de agora a Comissão Permanente de Licitação e a Comissão Especial de Estudos e Projetos do Transporte Coletivo vão analisar as planilhas apresentadas pela empresa com a justificativa da proposta e os valores de custos da operação.
A expectativa é de que esta avaliação leve em torno de uma semana para ser concluída. Na sequência, se os números forem aprovados, a documentação passa a ser analisada. De acordo com o diretor jurídico do Seterb, Caio Marcelo Silveira, a estimativa é de que o processo seja concluído em 30 dias, se não houver recursos.
Até este ponto todo o processo foi acompanhado pelo Observatório Social de Blumenau. O presidente da entidade, Avelino Lombardi Junior, afirma que a participação de apenas uma empresa é frustrante, já que o objetivo de uma licitação é sempre encontrar a melhor oferta, mas ressalta que o edital estava correto e permitia a participação de qualquer interessado:
— Estava tudo dentro do que tinha que ter. É um contrato grande, não é qualquer empresa que tem capacidade financeira para assumir, mas o texto permitia isso. O edital não tinha nenhum vício e todo cuidado foi tomado para que não tivesse direcionamento, mas a gente também fica triste que só uma empresa tenha aparecido.
A entidade vai continuar acompanhando o processo até o final, garante Lombardi. Todas as sessões são públicas e a segunda reunião, na qual a prefeitura vai dizer se a proposta da Piracicabana está dentro dos parâmetros estabelecidos pelo edital, deve ser agendada nos próximos dias.
JORNAL DE SANTA CATARINA - BLUMENAU